sábado, 14 de maio de 2011

Que o futuro não seja breve...


Caros amigos, ontem a noite fiquei tão triste com algo que vi, pois ao mesmo tempo que vi o ápice da decadência cognitiva humana se revelando a minha frente vi também o ápice da covardia aflorando tanto em mim quanto em todos os demais que se encontravam no mesmo local que eu.
Imaginem a cena: em um coletivo que percorria o caminho da universidade até o centro da cidade, um sujeito se senta em um dos bancos e, em posse de seu similar a Blackberry, começa a tocar em um volume absurdo as músicas mais insuportáveis da face da Terra. O ponto é o seguinte: já que semancol não existe mesmo, gostassem ou não de sua melodia, isso é crime, não se pode reproduzir sons altos em ambientes públicos em nenhum horário. Mas de que vale ser crime se não há nada que faça a lei ser cumprida. A lei se torna, como dito por um professor meu, um tigre banguelo.
E como se não bastasse, como se ainda faltasse alguém para que o dito cujo incomodasse às últimas conseqüências, ele ainda sem sequer disfarçar puxa do bolso de seu casaco uma caixinha de cigarros, puxa um cigarro, guarda a caixinha, e mostra para todo mundo que o cigarro não é de fábrica. É artesanal, e extremamente fétido. E então, felizmente, não esperei para ver se o mesmo veio a acender o dito cujo dentro do coletivo. Graças às forças sobrenaturais existentes entre o céu e a Terra, eu pude descer.
 Eis então algumas questões: porque é que ninguém faz nada? Ninguém sabe o que deve ser feito? Existe medo? Enquanto nenhuma dessas perguntas é respondida, sujeitos como este continuam praticando esse tipo de estupro moral, que termina por reforçar cada vez mais a frase de porta de igreja, por sinal, uma das poucas coisas que concordo da referida instituição: Para que o mal vença, basta que o bem não faça nada. Digamos que nossa variante dessa frase seria, para que o errado continue a se proliferar, basta que o correto não seja feito.
Bom, nesse episódio, eu me senti muito mal por fazer parte da massa nula e passiva, e acredito que não só, e infelizmente, meu post de fim de semana dessa vez não é nenhum anuncio de festa ou grande premiação (como se eu tivesse feito isso alguma vez), mas algo para que reflitamos, e para que pensemos se algo pode realmente ser feito da próxima vez que isso ocorrer (mesmo que o ideal seria se não ocorresse). Mesmo que isso seja acionar a parada e descer em qualquer lugar.
Um excelente final de semana a todos...
...um grande abraço...
...Marmota!

5 comentários:

  1. Grande post, mas eu sou suspeita pra falar, né?

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  2. Ah, nem é... ^^ Valeu pela visita... ^^

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  3. Onde vai parar essa Pequena Londres. O pior não é sabere da existência de tal ocorrido, mas achá-lo corriqueiro.
    Seria triste (deprimente) se não fosse assustador.
    Pelo menos 2012 tá aí... ou não.
    Ótimo texto... só pra não perder o costume, você fica melhor a cada palavra.

    *-*

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  4. Valeu pela visita e pelos elogios, suas palavras sempre serão benvindas... ^^

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  5. Pra falar a verdade, do jeito que está nem sei se chegaremos em 2012. A falta de respeito e a chance de se levar vantagem em tudo tornou-se notável e não somente no meio de "gente diferenciada". E a máxima de que o seu direito começa onde termina o meu perdeu a validade há muito tempo.

    P.S: o termo "gente diferenciada" não se enquadra como preconceituoso, apenas um must do momento que tristemente demonstra a desigualdade entre as classes.

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