segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Crer ou não crer, eis a paixão!


Olá, caros, raros e queridos acompanhantes da jornada das minhas divagações, eis-me aqui para vos falar em primeira mão de um assunto, um tanto polêmico, de uma forma não muito polêmica (ao menos pretendo).
Iniciarei da seguinte forma: “No princípio, havia apenas uma terra roxa sem saúva no centro do universo, e uma semente brilhante provinda do nada, por um acaso do destino, veio a penetrar na terra roxa, que por sua vez a fecundou com o melhor de suas forças. Dessa semente nasceram lindas ramas verdes gigantes que envolveram toda a terra e, por fim, deram a luz à santa e poderosa Grande Batata Branca. Ao nascer, a Grande Batata Branca, criou o mundo como o conhecemos e as coisas como sentimos, as crenças como cremos e até hoje ela se encontra presente entre nós em cada rama de batata que se possa imaginar...”
Pergunta: Há algo de estranho na historinha? (fora o óbvio) Bom, exceto por se tratar de uma religião nada difundida, não me parece nada estranho (sério, eu disse isso???). Agora pensem cá comigo, se uma pessoa tiver sua mente iluminada pelos efeitos da Grande Batata Branca, e crer com fervor no seu poder, que tipo de coisa pode fazer com que ela deixe de crer? Resumindo, como já dizia meu ídolo David Hume (mas com palavras mais adequadas) nós, reles mortais devemos nos ater a assuntos que podemos falar com propriedade, assuntos que tratem de seres superiores, de perfeição suprema, por exemplo, não podem ser discutidos por nós simplesmente porque não temos capacidade pra isso.
Já vi fazerem provas de lógica (que pra mim não significam nada) pra mostrar que Deus existe e que Deus não existe, ambas válidas, verdadeiras e tal e só coloco um porém: Algum ateu passaria a crer em Deus ou um crente passaria a ser ateu por causa de uma prova dessas? (depende) É simples amigos, crença está ligada à paixão (no sentido platônico da coisa), ela não necessita de provas. Os menos dispostos à discussão ignoram toda e qualquer questão relacionada a isso (e isso irrita), os demais refinam sua crença, mas ainda assim é bem difícil que mudem de idéia, e caso mudem, ainda assim não teria sido por efeito de alguma prova de lógica, mas por algum abalo das paixões. Importante relembrar que trato como crença tanto o teísmo como o ateísmo pelo simples fato de, assim como o crente acredita na existência de uma entidade suprema, o ateu crê na sua inexistência.
Agora outro ponto, certos preceitos religiosos. Não irei discorrer sobre muitos deles. Na verdade apenas um que creio ser um grande absurdo. “Quem não crê na existência da divindade está fadado ao inferno após a morte carnal” (ou algo muito semelhante).
Bom, nem vou me ater a assuntos como vida após a morte, reencarnação, inferno, paraíso e etc, mas no preceito de “se não acredita se fode”. O absurdo está escancarado: O camarada pode conhecer a divindade por nomes diferentes, por formas diferentes e ponto, quanto às diferentes religiões isso estaria resolvido, mas e o no caso do Mogli? (se não conhece pesquisa no google) O menino foi criado por ursos, sem ter contato nenhum com religião nenhuma e por causa disso vai queimar no mármore eterno? Bom, ao menos aos meus humildes olhos insignificantes à ditadura da maioria parece ser absurdo.
Enfim, se alguém se interessar pelo que eu penso, eu tenho sim minha crença, sou cristão, não sigo bandeiras, acredito piamente no dito de Shakespeare “Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”, e estou sempre disposto a refinar minhas definições que se relacionam à religiosidade. Só tenho alguns poucos preconceitos, não sendo nenhum pouco a fim de perdê-los e tampouco a fim de fazer com que os outros mudem. Não gosto de quem tente convencer sem estar disposto a pensar.
Por hoje é só, fiquem com Deus...
...um grande abraço a todos...
...Marmota! 

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